sábado, 30 de janeiro de 2010

Ainda que um dia... ( A Primavera de Buda )

" Ainda que um dia, ou um mês, ou mesmo um ano,
Tuas delícias coroe de mil doces contentamentos,
mil doces contentamentos...
Não poderá mudança de uma noite ou de uma hora,
Tuas delícias cruzar com outros tantos tristes tormentos...
com outros tantos tristes tormentos???

Juventude, beleza, honra ou sorte,
são apenas flores que decaem...
Prazer voluptuoso, amor demente,
são apenas sombras que se esvaem.
Meros brinquedos são júbilos nossos,
enganosos os pensamentos ociosos...
Nenhum tem o poder de despojar
de uma hora a vida.

Ponto é no espaço esta Terra, e um homem
é tão só um ponto do centro cortejado da Terra...
Haverá então o ponto de um ponto ser tão vaidoso,
de triunfar numa tola aventura do ponto?

Tudo o que no acaso temos,
em nada aqui perdurando...
Dias de prazer são qual arroios
por belos prados deslizando.
Ventura ou desventura, a hora vai,
para não mais regressar.
Secretos fados guiam nossos estados
Em ambos júbilo e pezar."

Um comentário:

Lucena disse...
Este comentário foi removido pelo autor.